quinta-feira, 24 de março de 2011

É sério isso?

Tudo começou com aquele mal estar típico das segundas-feiras. Uma preguiça danada de levantar da cama, os pensamentos dispersos entre a noite mal dormida e a lista de coisas a fazer durante a semana. Mas nada que um bom café da manhã não resolva. E resolveu. Mas no dia seguinte, a mesma sensação. E depois e depois.
Fadiga, estresse, a bendita correria do dia-a-dia. Tanta coisa pode deixar a gente assim meio mole, que fica até difícil adivinhar de primeira. Mas quem recusa sorvete de chocolate numa noite de quarta-feira só pode estar com sérios problemas mentais. Ou estomacais. Ou hormonais.
Peraí, você disse hormonais? Putz, tem que ver isso aí.
Corre todo mundo pra farmácia. O primeiro teste deu positivo, o segundo também, mas eu ainda não estava acreditando (quer dizer, não queria acreditar). Poxa, os meninos já estão grandes, e nas férias a gente ia ver as baleias... Sacanagem!
No dia seguinte, laboratório. Moça, tem como ver o resultado com urgência? Tem sim, sai em 50 minutos. Ufa, vai ser rapidinho. Não foi. Não foi porque o sistema deu pane e o boleto não saía e eu fiquei uns 40 minutos sentada na frente de uma mocinha simpática esperando um pedacinho de papel com um código que me daria o direito de saber, em mais ou menos uma hora, como seria a minha vida dali pra frente. O novo mestrado, o financiamento da casa, a estimulação russa parcelada em três vezes, a tatuagem da Valentina, as três horas diárias de estudo, as baleias da Patagônia, tudo, absolutamente tudo cabia naquele pedacinho de papel.  
Poxa, meu sonho sempre foi cortar o cabelo assim, curtinho. Será que eu ia ficar bem? Claro que sim, todo mundo fica bem, tudo sempre acaba bem, se não, é porque ainda não acabou, e eu ficava repetindo aquele mantra e o papel não saía. Então eu propus tirar o sangue sem papelzinho nenhum, já que iria ficar ali mesmo, grudada naquele balcão, esperando a dosagem de hormônios decidir (mais uma vez) a minha vida pelos próximos 30, 40, 50 anos.
E daí que o resultado todos já sabiam. É como se uma onda gigante te pegasse absolutamente desprevenida enquanto você tenta sair da praia dando aquela ajeitada no biquíni pra mostrar o que ainda dá pra mostrar e disfarçar o resto. Caldo, tremendo caldo, o maior deles, e justamente porque não é apenas um, são vários, te arrastando pra tudo que é lado, enquanto as pessoas estão brincando felizes na orla, e por isso ninguém te dá muita bola, pensam até que você está se divertindo também. Mas não, você não está. Quer dizer, em algum momento você vai rir disso tudo, mas não vai ser agora. 



6 comentários:

  1. Geeeeeeeeeeeeeeeeente, eu fiquei tensa lendo esse texto. Parece q senti cada letrinha...
    Ai, ai!!!
    Muuuuuuuuuuuuita sorte e saúde pra vcs!

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  2. Obrigada, Leiska! Saúde pra nós, né? Manda notícias da Tarsila! :)

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  3. Marcinha, a imagem do caldo ao sair do mar me fez tremer. Seria dificil imaginar como deve ter te sentido não fosse essa 'metáfora'. Glup!
    Mas, por alguma razão tenho certeza que essa imagem da praia não se deu à toa, já que tantas águas ainda vão rolar. Teu corpo vai ser fonte de tantas águas, ondas...Torço que esta gravidez seja tranquila e feliz. Quem sabe um menininho, hein? Oun, fofura! Parabéns para ti, pro Rogério e p/ lindas filhotas que vão ganhar mais um(a) no clã. Vai ser uma delicia acompanhar essa gravidez por este canal. Conta tudo aqui, tá?! Bj

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  4. Quando a gente pensa que a vida está atribulada, vem um tsunamizinho desses de Deus pra mostrar que não! E eu que era uma pobre moça ingênua, estudando para um novo mestrado (esse sim, seria "o mestrado"), tive que adiar os planos e embarcar nessa viagem. E lá vamos nós, com um pouco mais de experiência, mas com as mesmas ansiedades! Beijos, meninas, saudades sempre. Obrigada pelos mimos, pelos agrados, pelas lembranças. Prometo manter o blog atualizado, até porque, assunto é o que não vai faltar. :)

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  5. Quando a Márcia me disse meus dentes voaram (e já consta aqui... fiquei toda orgulhosa). O melhor do caldo, honey, é colocar a cabeça pra fora d'água e ... sobreviver. E depois rir muito pensando que aquela onda tola conseguiu assustar a gente algum dia. Vou acompanhar esse blog com toda a atenção e ansiedade que acompanho so capítulos da novela Vale Tudo (clarommmm). Conta tudo e eu, prometo, acrescentar as loucuras que vivi tb nas duas vezes que era personagem deste enredo. Te joga baby, e surfa nesta onda porque o caldo não vai te pegar!!!

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